Por trás do poema
José Chagas
Por
trás do poema
não
se respira
Ventos
se quebram
rolam
onde o chão trabalha
um
verde de outra cor
Por
trás do poema
devemos
estar mortos
inoticiados
Palavras
emigram
vão
para o labor de espessas
emoções
Por
trás do poema
as
chuvas se gastam
gastam-se
os vôos os frutos
a
alegria branca das praias
O
tempo inicia seus escombros
por
trás do poema
Uma
rua de estátuas
cai
sua cinza
cai
o seu nada
de
muitos séculos
E um
rio em si mesmo se afoga
seca
em suas areias
a
vontade de mar
Não
olheis nunca por trás do poema
podem
vossos olhos
em
sal tornar-se
Nenhum comentário:
Postar um comentário