Fronteira
Tasso da Silveira
Há o
silêncio das estradas
e o
silêncio das estrelas
e um
canto de ave, tão branco,
tão
branco, que se diria
também
ser puro silêncio.
Não
vem mensagem do vento,
nem
ressonâncias longínquas
de
passos passando em vão.
Há
um porto de águas paradas
e um
barco tão solitário,
que
se esqueceu de existir.
Há
uma lembrança do mundo
mas
tão distante e suspensa...
Há
uma saudade da vida
porém
tão perdida e vaga,
e há
a espera, a infinita espera,
a
espera quase presença
da
mão de puro mistério
que
tomará minha mão
e me
levará sonhando
para
além deste silêncio,
para
além desta aflição.
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