segunda-feira, 26 de março de 2012

Apocalipse - Augusto dos Anjos

Apocalipse


Augusto dos Anjos

 
Minha divinatória Arte ultrapassa 
os séculos efêmeros e nota 
Diminuição dinâmica, derrota 
Na atual força, integérrima, da Massa. 

 
É a subversão universal que ameaça 
A Natureza, e, em noite aziaga e ignota, 
Destrói a ebulição que a água alvorota 
E põe todos os astros na desgraça! 


São despedaçamentos, derrubadas, 
Federações sidéricas quebradas... 
E eu só, o último a ser, pelo orbe adeante, 


Espião da cataclísmica surpresa 
A única luz tragicamente acesa 
Na universalidade agonizante!

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