Soneto XI
Francisco Carvalho
Quando chegar o tempo do plantio
quero enterrar meu sonho nesta gleba.
Meu sonho e estas visões carbonizadas
pelos ventos peludos desse estio.
Aqui verei meus mortos despertados
pelo nitrir fogoso da alimária.
A ovelha e o boi pastando a eternidade
e as papoulas de arame dos cercados.
Quero enterrar meu sonho e meu suor
nesta gleba adoçada de formigas
onde a aranha teceu seu devaneio.
Aqui virão as cabras do pastor
balir ao sol das ilusões antigas.
Pastar canções e espigas de centeio.
quero enterrar meu sonho nesta gleba.
Meu sonho e estas visões carbonizadas
pelos ventos peludos desse estio.
Aqui verei meus mortos despertados
pelo nitrir fogoso da alimária.
A ovelha e o boi pastando a eternidade
e as papoulas de arame dos cercados.
Quero enterrar meu sonho e meu suor
nesta gleba adoçada de formigas
onde a aranha teceu seu devaneio.
Aqui virão as cabras do pastor
balir ao sol das ilusões antigas.
Pastar canções e espigas de centeio.
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